Trocar ideias, se comunicar, ter um diálogo produtivo e ainda enriquecedor com uma ou mais pessoas mesmo tratando temas delicados e difíceis. Será que isso é possível? Sim! A CNV- Comunicação Não violenta pode ser a resposta.
Me diga uma coisa: quantas vezes você participou de uma conversa que mais parecia uma batalha? Argumento daqui, contra-argumento de lá, julgamentos condenações, juízos de valores, ataques pessoais… uma verdadeira batalha onde uma ideia é jogada e automaticamente é rebatida como a bola de um jogo de tênis. No final não há vencedores, mas sim duas (ou mais) pessoas exaustas e insatisfeitas e nunca mais querendo uma ter conversa destas novamente.
Pense no dia a dia do seu casamento, família, na sua escola, na sua empresa. Quantas conversas são ‘travadas’ nos cômodos da sua casa, nos corredores, escritórios e salas de aula como se fossem em jogos medievais? Já parou para pensar nisso? E acontece sem ao menos nos darmos conta.
Essa “luta” ou comunicação violenta tem se tornado a cada dia mais comum entre casais, famílias e organizações, tem tomado conta da comunicação mundial como um vírus quase imperceptível, mas letal. Mas será que isso é diálogo? Será que este tipo de comunicação nos ajuda verdadeiramente a satisfazer nossas reais necessidades?
Mas é possível mudar essa realidade e buscar uma solução voltada para compaixão e empatia e que de fato ajude nas resoluções de nossas diferenças e conflitos? A CNV Pode ser um caminho.
O que é Comunicação Não Violenta (CNV)?
A Comunicação Não Violenta, também chamada de CNV? É uma abordagem que busca a resolução de conflitos por meio de diversas práticas que estimulam a compaixão, a empatia, a compreensão e satisfação das reais necessidades dos envolvidos nos conflitos. Ela se baseia em habilidades de linguagem e comunicação que fortalecem a capacidade de continuarmos humanos mesmo em condições adversas. Seu foco é reformular a maneira pela qual nos expressamos e também ouvimos os outros e consequentemente mudar o resultado de nossos diálogos. Deste modo, a CNV não é sinônimo de passividade. Vamos explicar melhor. Muitas pessoas, ao demonstrarem interesse por uma maneira de se comunicar com os outros sem violência, logo dizem que não conseguiriam usá-la, porque não dá para ”engolir sapo“. Só que é justamente para evitar isso que a Comunicação Não Violenta também serve para expressarmos o que estamos sentindo e sermos honestos com nós mesmos e com os outros.
Qual a sua origem?
Quem sistematizou a CNV foi o psicólogo americano Marshall Rosenberg, na década de 1960. Ele foi o fundador do The Center for Nonviolent Communication. Além de elaborar a Comunicação Não Violenta, ele a disseminou em cerca de 60 países e foi autor de vários livros sobre o tema. Um desses ótimos livros, que é muito indicado para quem quer aprender a como trabalhar os conflitos interpessoais de maneira mais saudável e compassiva é Comunicação Não Violenta. Técnicas para aprimorar relacionamentos pessoais e profissionais). Marshall morreu em 2015, deixando suas ricas contribuições para as relações humanas.
Quando a CNV pode ser usada?
A CNV é um estilo de vida e de comunicação e deste modo, pode ser usada em todas as conversas e diálogos, todavia, ela se mostra muito útil nas negociações, discussões, reuniões, em conversas difíceis. E é justamente nestes diálogos desafiadores que temos maior dificuldades, nos falta palavras e recursos de linguagem para termos diálogos mais profundos e que resultem em resultados mais produtivos, que satisfaçam nossas reais necessidades. São as necessidades que nos conectam, elas são comuns a todos nós. Quando demonstramos raiva, frustração, tristeza, agressividade entre muitos outros sentimentos é porque nossas reais necessidades não estão sendo atendidas.
A grande questão é que quase sempre perdemos tempo discutindo o comportamento e as estratégias usadas, que sempre varia de pessoa para pessoa, mas quase nunca discutimos o que está por trás dos comportamentos e das emoções: as necessidades. Em vez de julgarmos uma pessoa do porquê ela fez isso ou falou aquilo, podemos tentar identificar quais são as necessidades dela que não estão sendo atendidas e comunicar isso. Identificar o que eu ou a pessoa estamos precisando é geralmente a fagulha que gera a conexão, aí podemos deixar o comportamento de lado e começar a entender o que existe de mais profundo nas pessoas com quem nos relacionamos.
“Por trás de todo comportamento violento existe uma necessidade não atendida.” – Marshall Rosenberg
Esse pensamento nos permite enxergar além do comportamento e assim, identificar o que de fato está gerando conflito, caminhando para um debate mais saudável, sem ataques, julgamentos e rotulações, que são barreiras para a conexão.
Como praticar?
Vamos então ao que interessa. Como ela funciona? Já falamos que não é um manual de regras ou uma equação a ser calculada. Existem algumas atitudes que podem ser tomadas por quem quer começar a se conectar melhor com os outros.
Essas ações têm tudo a ver com um processo de tomada de consciência interna (do que está acontecendo dentro de mim) e externa (o que está acontecendo com o outro) e, depois disso, tentarmos resolver o que tiver que ser resolvido nos nossos conflitos. Nesse processo, podemos seguir alguns passos que nos ajudarão a ter conversas mais saudáveis: Mas, para isso é necessário conhecer os quatro principais elementos que compõem a CNV:
- Observação: Observe o que está acontecendo em uma determinada situação sem fazer julgamentos ou avaliações;
- Sentimentos: Esteja ciente dos sentimentos que temos sobre o que está acontecendo;
- Necessidades: Tome consciência das necessidades por trás dos sentimentos;
- Pedidos: Faça uma solicitação de maneira adequada e eficaz.
Assim, parte da CNV consiste em expressar as quatro informações muito claramente, seja de forma verbal, seja por outros meios. O outro aspecto dessa forma de comunicação consiste em receber/identificar aquelas mesmas quatro informações dos outros.
À medida que mantivermos nossa atenção concentrada nesses quatro aspectos e ajudarmos os outros a fazerem o mesmo, estabeleceremos um fluxo de comunicação dos dois lados, até a compaixão se manifestar naturalmente: o que estou observando, sentindo, necessitando e o que estou pedindo para enriquecer minha vida; o que você está observando, sentindo, necessitando e pedindo para enriquecer sua vida, família e organização.
Já pensou em mudar a cultura dos diálogos e da gestão de seus conflitos usando do a CNV no dia a dia do seu casamento, família , na sua escola, na sua empresa!
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