Até pouco tempo atrás eu (Maira), tinha o entendimento de que um conflito, uma divergência, um problema ou uma conversa difícil era algo que deveria ser evitado. Expressar um sentimento, falar de uma necessidade, manifestar descontentamento, discordar de alguém ou de um comportamento, era algo que deveria ser guardado só para mim.
Na caminhada, vivenciei e testemunhei conflitos que não se resolveram porque as pessoas nunca viram e ouviram de verdade umas às outras. Conflitos não se resolveram sozinhos e passaram de geração a geração porque pessoas se calaram para “evitar uma briga” ou fugiram da presença umas das outras, construindo muralhas nas suas relações.
Vi e vejo conflitos serem potencializados porque pessoas não saem de suas posições “de estarem com a razão”, “de serem as vítimas” ou de o “culpado ser o outro”.
Vi e vejo conflitos pequenos virarem batalhas porque pessoas não olham para si mesmas, com coragem, verdade e humildade e não reconhecem a sua parcela de responsabilidade.
Vi e vejo, corpo e alma adoecerem por fugirem do encontro. Do encontro com o outro e consigo mesmo. Sim, talvez encontrar-se com o seu “eu”, com a sua história, com as suas dores, com os seus erros e acertos, pode ser dolorido, mas é o caminho para fazer as pazes, consigo, com o outro e quem sabe até com Deus.
Talvez um conflito, algo que não se resolve ou se repete na tua vida ou sistema familiar, diga mais sobre você mesmo do que sobre o outro! Talvez o conflito seja um sinal vermelho mostrando que algo na tua vida e nas tuas relações precisa ser visto, enfrentado. As coisas das quais fugimos normalmente nos perseguem e tendem a se repetir.
Não fuja do encontro!
Um conflito é uma oportunidade de encontro. Oportunidade de ressignificar, olhar por uma perspectiva diferente (talvez tentar enxergar com as lentes do outro), acolher, reconhecer, escolher ser e fazer diferente. Uma oportunidade de paz, de reconciliação, de resolução de pendências materiais, relacionais e familiares.
Com a mediação de conflitos, práticas sistêmicas e de justiça restaurativa nós facilitamos diálogos e oportunizamos encontros que promovem o cuidado das relações.
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